“Era um garoto
Que como eu!
Amava os Beatles
E os Rolling Stones
Girava o mundo
Mas acabou!
Fazendo a guerra
No Vietnã…”
Como eu todos vocês já ouviram essa música, e já cantaram ou cantam ela com muito louvor, mas vocês já pararam para perceber o que ela nos traz?
Bom, ela retrata a vida de um garoto, um garoto que foi para a guerra honrar o seu país e não voltou, um garoto amante de música e de sua guitarra e também havia uma garota que era apaixonada por ele, mas ele fora chamado na América, não para seguir os passos de seus ídolos muito ao contrário disso, fora chamado para fazer guerra, fazer parte da guerra.
Então, agora a vida inteira dele passa de colorida para algumas escalas de cinza, sem sua guitarra e sem a sua garota, e quantos outros garotos como esse foram convocados para guerra e jamais retornaram? Garotos com vida, gostos, paixões, apenas garotos. Quando você se depara com alguma noticia vinda de algum país que se encontra em guerra e você se depara com milhares ou cem ou apenas uma pessoa morta o que você pensa? Será que passa na sua cabeça que ali foram mortos sonhos, esperanças e amor? Ou você nem para mais para fazer este tipo de argumento consigo mesmo?
Nós acabamos perdendo a sensibilidade de muitas coisas com o tempo e acabamos infelizmente nos acostumando com as noticias que lemos, com as coisas que escutamos. Achamos estrondoso quando alguém decide lutar pelos seus ideais e sai por ai fazendo marchas e pequenas revoluções, mas são essas pessoas, essas poucas pessoas que vêem o que muita gente já não vê mais e não sente mais. Essas pessoas vêem além, muito além, vêem rostos desesperados, famílias sem destino ou moradia, vêem o medo.
E nós, o que nós estamos fazendo? Do outro lado do mundo ou apenas a alguns quilômetros dessa guerra fria estamos sentados, acomodados vendo a vida passar e vendo muitas vidas se acabando sem fazermos nada. Fomos nós quem criamos a guerra e somos nós quem não consegue terminar com a guerra, até quando tudo isso irá durar, até quando as pessoas terão que deixar suas casas, suas vidas e saírem por ai com uma arma nas mãos sem qualquer certeza e somente com uma intuição, intuição de desejo de voltar a viver. Vemos a fome, a miséria, a dor e não sabemos se quer acalentá-las aonde foi que o mundo se perdeu, que as pessoas se perderam? Esse sistema que não consegue retornar e tão pouco obter um feedback preciso. Até quando o sistema será o grande aliado da ilusão?
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