Já é tarde. Ou se olharmos com outros olhos já é cedo. Muito cedo. Eu decidi que iria sair por aí, sair pra poder esquecer. Sair pra pôr as coisas nos seus devidos lugares. Eu cansei. Diversas vezes eu lhe falei que um dia cansaria, e cansei.
Não estou mais andando na contramão, na verdade até consigo seguir um fluxo tranquilo e constante. Alguns carros entram fora de percurso e quase me acertam, mas é quase. Não se preocupe. As vezes eu até tento tirar as mãos do guidom e seguir o fluxo sabe? Me sentir livre. Algo que eu nunca consegui ser. Mas agora é diferente. Eu me sinto livre. Não há opiniões contrárias, não há desejos. Não há ninguém me impedindo.
Nessas horas eu acho bom ser mulher. Quando acontece alguma coisa e eu não consigo resolver sozinha, sempre tem alguém pra me ajudar. É. Como você disse. Eu iria aprender a não depender dos outros. Uma pena que demorou tanto. Uma pena que eu tenha precisado perder você.
Sei que você não vai acreditar, na verdade ninguém vai. Mas eu já atravessei um Estado! Algumas pessoas me tachavam como louca e desgovernada. Nunca liguei. Nunca me importei com o que os outros pensavam de mim, não seria agora que eu faria diferente.
Está chovendo. Esse é o problema. Com chuva fica ainda mais difícil. Em dias de chuva, todos esquecem que pedestre é gente. Ficam se atravessando e atravessando a frente de quem deseja seguir em frente. Um absurdo! Já vi muitas coisas caminho à fora. E muitas vezes fingi que não vi, não queria me envolver. Fico parada por no máximo um dia, depois já sigo em frente.
Seguir em frente. É isso que eu estou fazendo. Estou enchendo a minha bagagem de coisas novas. Fotografias. Livros. Paisagens. Cultura. Tudo novo, de novo. O novo não me cansa. E em meio a rodovia eu sempre encontro alguma coisa. Isso eu não troco por nada, não agora, não de novo. Em meio a rodovia eu sou uma outra pessoa qualquer. Com novos sonhos. Com novos ares.
terça-feira, 28 de maio de 2013
sábado, 18 de maio de 2013
O tempo do mundo
Sabe, hoje eu senti uma saudade imensa de você. Talvez pela distancia, talvez pelo tempo. Tempo. O que é realmente o tempo? Sei que o tempo é uma coisa totalmente relativa à cada pessoa. Por exemplo: o meu tempo é diferente do seu. Pelo meu tempo nós já teríamos nos encontrado por diversas e diversas vezes. Sei que pelo seu tempo também. Só que além do nosso tempo e do tempo alheio, há ainda o tempo do mundo. E esse, esse minha cara, é o que realmente tá "pegando". O tempo do mundo.
Esse tempo que não passa, que não faz a distância ficar mais próxima. Que não lhe traz você à mim. Esse tempo que viaja por diversos lugares mas insiste em não cruzar o seu caminho com o meu. Ah, o tempo. Eu estava ouvindo Nando Reis, lembra? O Nando? Você é a cara dele, não fisicamente mas sim filosoficamente falando. As músicas, os pensamentos. O allstar.
Queria te convidar para jogar video-game agora, como velhos amigos -infantis- fazem. Somos infantis. Possuímos algo que poucas pessoas possuem, a inocência. Ou como bons adolescentes poderíamos beber alguma coisa e rir do que acontece com a nossa vida. Poderíamos escrever um livro. Você com as suas histórias e eu com os meus rolos desafinados.
Sabe qual o problema? Eu tenho medo. Medo de olhar para trás e dizer "fomos amigos". Quando o que eu sempre quero dizer é, nunca deixamos de ser. Espero que sejamos os mesmos sempre. Ok. Talvez pode até acontecer algumas mudanças porque eu sei que você não gosta de mesmices e monomanias. Você gosta de se arriscar mais e de viver mais. E eu te admiro muito por isso.
Bom, eu só passei pra dizer que sinto a sua falta. Que te pagaria um café qualquer dia destes, ou um achocolatado qualquer. Quem sabe até um sonho, que no caso, eu não compraria, mas dividiria com você. Porque sonhos não se compram. Assim como não se compra você.
Ah, e ao tempo. Que ele nos faça cruzar o mesmo caminho.
Esse tempo que não passa, que não faz a distância ficar mais próxima. Que não lhe traz você à mim. Esse tempo que viaja por diversos lugares mas insiste em não cruzar o seu caminho com o meu. Ah, o tempo. Eu estava ouvindo Nando Reis, lembra? O Nando? Você é a cara dele, não fisicamente mas sim filosoficamente falando. As músicas, os pensamentos. O allstar.
Queria te convidar para jogar video-game agora, como velhos amigos -infantis- fazem. Somos infantis. Possuímos algo que poucas pessoas possuem, a inocência. Ou como bons adolescentes poderíamos beber alguma coisa e rir do que acontece com a nossa vida. Poderíamos escrever um livro. Você com as suas histórias e eu com os meus rolos desafinados.
Sabe qual o problema? Eu tenho medo. Medo de olhar para trás e dizer "fomos amigos". Quando o que eu sempre quero dizer é, nunca deixamos de ser. Espero que sejamos os mesmos sempre. Ok. Talvez pode até acontecer algumas mudanças porque eu sei que você não gosta de mesmices e monomanias. Você gosta de se arriscar mais e de viver mais. E eu te admiro muito por isso.
Bom, eu só passei pra dizer que sinto a sua falta. Que te pagaria um café qualquer dia destes, ou um achocolatado qualquer. Quem sabe até um sonho, que no caso, eu não compraria, mas dividiria com você. Porque sonhos não se compram. Assim como não se compra você.
Ah, e ao tempo. Que ele nos faça cruzar o mesmo caminho.
domingo, 12 de maio de 2013
Me perdoa amor
Já é verão, a sua
estação quase preferida do ano. Já se passaram oito meses amor. Oito
meses. E eu preciso do seu sorriso, preciso de você. Preciso de você aqui do meu lado, gritando
comigo me ligando desesperada pra eu passar no mercado porque está faltando
alguma coisa absurda para a sua receita ficar pronta. Oito meses amor.Era pra ser a noite mais feliz da sua vida. Eu procurei
fazer tudo como manda a tradição. Eu só demorei demais...
- Você está tão perfeita! – Eu te analisava a todo instante,
só queria descobrir como seria quando você visse tudo o que eu preparei pra
você, pra gente. Seu sorriso. Seu sorriso estava mais perfeito, tinha um brilho
especial nele e, eu, eu estava feito uma criança que quer logo contar o seu
segredo. Tudo precisava ser perfeito. Era a sua noite.
Você parecia assustada com a situação, estávamos num dos
lugares mais caros de São Paulo. O nosso lugar. Depois de alguns minutos lhe
contemplando feito um idiota eu finalmente tirei aquela caixinha do meu paletó.
Você parecia não acreditar, e nem sabia o que tinha por vir. Na verdade nem eu.
Para muitos ainda era cedo, estávamos juntos apenas há dois
anos, mas era a nossa vez. E depois de brincar com a caixinha eu finalmente lhe
entreguei. – Lembra daquele sofá que quebramos naquele apartamento? Aquele lá
que você caiu sem querer e eu cai por cima de você – Victor, por favor! –
Então, eu comprei ele. O apartamento, não o sofá... Eu sei que demorei, mas comprei e agora ele é nosso.
Você mal conseguia abrir a caixinha de tão nervosa que
estava, e já estava aos mil prantos. Chorava feito bebê e todos nos olhavam.
Nunca me vi tão feliz.
- pausa –
Eu não consigo mais entrar naquele apartamento. Me desculpa.
Era pra ser o nosso cantinho de refúgio, o nosso lugarzinho especial. O nosso
ninho de amor.
Agora eu estou aqui, de pé em frente à porta segurando a sua
chave. Você nem colocou um daqueles seus chaveiros berrantes. Eu trouxe o buddy
comigo.
- pausa-
O silencio aqui se faz assustador. Está tudo intacto como eu
deixei antes de ir buscá-la para jantarmos. As flores continuam no chão, o
champanhe ainda está sobre a mesinha. O nosso futuro ainda está envolto de um
laço vermelho.
Eu comprei uma vitrola, só pra ser romântico. Mandei até
fazer um vinil especial para tocar a nossa música. Tudo está intacto aqui,
menos o meu coração.
- Mas que merda! Eu iria te pedir em casamento Clara, era a
NOSSA noite! Maldito! Eu iria te fazer minha mulher pra sempre!
Desculpa não conter as lágrimas, eu não consigo mais parecer
forte. Ouvi diversos tipos de conselhos, me mandaram até seguir em frente. Eu
os mandei pro inferno. Será que ninguém entende? Eu queria era você.
Desculpa demorar tanto amor, desculpa deixar tanto tempo da
nossa vida passar. Desculpa por na maioria das vezes estar distante. Desculpa.
Eu só queria que fosse tudo perfeito.
Esbarro-me na mesinha e a vitrola começa a tocar a nossa
música e é inevitável eu não cantar junto, era a nossa tradição e agora só
estou eu aqui...
- antes de mí tu no eras tu, antes de tí yo no era yo. Antes de ser nosotros dos, no habia niguno
de los dos... antes de irme yo debo decir, yo tambíen pensaba que era felíz antes de ti. No entiendo como podía vivir antes ♪
Então eu finalmente
desabo, desabo como há tanto tempo não fazia. Eu perdi o meu mundo e nada do
que eu faça ou fale irá trazê-lo para mim. Eu te perdi amor. E eu nem posso ir
à sua casa e pedir desculpas de joelhos, dizendo que eu sou um babaca e dizer
tudo o que eu sinto por você. Porque, droga! Você não está mais lá!
- Me perdoa amor. Perdoa-me por ser distante. Perdoa-me por
demorar tanto para lhe pedir em casamento, me perdoa por tudo! Perdoa-me por
todas as vezes que eu não consegui vir.
ME PERDOA AMOR!
- pausa-
- Victor? Victor é você?
Sua mãe entra desgovernada e me abraça. Ela está tão
desnorteada quando eu. Ela mudou muito amor, ela não consegue mais seguir em
frente. Eu não consigo mais. Mas eu preciso. Eu me mudei para a casa dos seus
pais, tenho ajudado a sua mãe. Mas não está sendo fácil. Esse vazio é maior do
que tudo.
- me perdoa! – em meio aos prantos
- Victor, não foi sua culpa. Não se culpe por isso, não por
isso Victor! O erro não foi seu.
- Eu poderia ter feito tudo diferente, eu poderia ter ido
por outro lugar. Eu só quis que fosse perfeito, fazer a noite ser perfeita e
olha onde estamos! Que droga!
- Victor, você não tem culpa! Foi um acidente!
- Eu só, só queria mais um minuto com ela sabe? Dizer tudo o
que eu nunca disse antes, ou que eu disse mais queria dar uma ênfase maior,
mostrar o quando eu a amo. Que estava tudo pronto, que ela seria a mulher da
minha vida, que iríamos nos casar. Que eu comprei flores, as alianças que ela
tanto quis. Eu rodei São Paulo inteira pra fazer tudo perfeito!
- você a fez muito feliz, acredite!
- Mas ela não pode voltar, ela não vai voltar e me xingar
por ter demorado demais ou por ter deixado algo passar. Ela não vai voltar
reclamando como sempre. Sempre que eu passo por aqui eu espero vê-la pela
janela, sabe? Me esperando pra escolher o apartamento, como a gente fez. Ela
não vai voltar Maria, ela não vai entrar por aquela porta gritando de felicidade,
dizendo que está tudo lindo como ela sempre planejou e que a cortina não
combina com o sofá. Ela não vai falar nada disso! Ela não vai ver que eu fiz de
tudo para era o dia mais perfeito da vida dela, e olha, olha aonde em que ponto
chegou.
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