quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Não foi acidente

Era começo de inverno, era a primeira festa juntos após o nosso casamento. Estávamos felizes, éramos feito um para o outro. A festa estava linda, a banda tinha uma harmonia sem igual. Todos os nossos amigos estavam lá e você estava radiante. Diferente de outras festas decidimos antes de sairmos que quem levaria o carro não seria eu, então lá estava você e sua inseparável garrafinha d'água. 

Dançamos como nunca, e os seus olhos possuíam um brilho que eu jamais tinha visto antes. Era um brilho terno, carinhoso, um brilho cheio de esperança, um brilho que eu não conseguia entender. Ele possuía alguma coisa diferente. Se eu soubesse eu teria feito tudo diferente. Só tinha música brega, ao seu ver, pra mim era tudo normal e o mais importante era a sua companhia. Tudo muito lindo. Era uma festa, eu tinha aprendido a dançar e você estava ali comigo. 

Então começou a ficar tarde, o ar pareceu ficar ainda mais gelado e  depois começou a chover. Decidimos que depois iríamos embora, depois da nossa música, porque era uma música linda e em todas as festas ela estava. E assim seguimos.


Daqui pra frente as coisas começam a ser turbulentas e confusas. Mesmo depois de várias sessões com um psicólogo as coisas ainda estão confusas. Não me lembro boa parte do que aconteceu.

Lembro apenas de você jogando seu salto no banco de trás e gritando comigo pra eu fixar direito o cinto de segurança. Sempre mandona. Sempre você. Acho que foi por isso que deu tão certo, éramos perfeitos. Todos diziam que éramos o casal do "Eduardo e Monica". E eu tenho certeza de que éramos. 

Agora, agora sou só eu. Eu não tenho mais motivos pra voltar pra casa no horário, não tenho mais quem me chame por um apelido idiota. Não tenho você. Ainda está sendo difícil. Todos os dias eu venho aqui. Todos já me conhecem. Já ouvi diversas vezes "pobre homem, tão jovem e jogando a sua vida fora". Eles não entendem. Não entendem que a minha vida era você. Era você e alguém a tirou de mim. 

Eu não consigo me lembrar de nada, só lembro que eu gritava o seu nome e você não respondia. Lembro apenas de gritar e você não responder. Depois eu perdi o chão e não vi mais nada. Foi aí que eu descobri, que a vida tinha um plano e separou a gente.



Júlia faleceu há dois anos, um motorista bêbado invadiu a pista contrária e era ela quem estava dirigindo. Ela ao invés de Carlos era a motorista da vez. O carro onde os dois estavam saiu da pista e capotou. O motorista -que provocou o acidente- saiu ileso, apenas com alguns arranhões.  E por culpa de um inconsequente foi perdida uma vida. 


Assim como esta pequena história de Júlia e Carlos, há várias outras histórias por aí. Muitas pessoas perdem a vida por consequência de um terceiro, e muitas prosseguem com alguma deformidade causada pelos mesmos.
Há algum tempo atrás eu conheci uma campanha chamada "Não foi acidente", onde o próprio nome faz jus à causa. A campanha roda em torno sobre este assunto, motoristas bêbados que acabam tirando a vida de outras pessoas inocentes. É isso galerinha, seja consciente e valorize a sua vida e a do próximo. ;)


















sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Carta para o seu namorado

Eaí cara, tudo bem? Sim, eu sou o ex. E sei que por isso você não deveria acreditar em mim. Mas vou falar sem rodeios, só vim mesmo porque eu realmente gosto muito dela. Não me leve a mal não, mas se realmente quiser que dê certo, siga a risca as minhas instruções, eu falo sério. É eu sei. Sei que pareço louco por isso, nem eu me entendo, mas é por ela. Sempre foi por ela

Ela é assim toda independente e segura de si, só que por dentro ela é frágil. Não guarda rancor nem nada do tipo, como também nunca esquece o que a magoou. Nem preciso dizer que ela gosta que tudo seja do seu jeito e nem preciso citar que organização é o seu sobrenome. Ah, é um pouco teimosa também, mas confesso que é humilde e sabe quando deve assumir os seus erros. Vez ou outra ela faz uma visita rápida ao hospital, não se assuste. Ela tem asma. Aqueles remédios coloridos que vivem em sua bolsa é o que a salvam. Cuida dela, ela sempre se esquece de tomá-los.

Leve-a para passear e tenha um tempo apenas pra ela se desligue do trabalho e coisas do tipo. Se dedique. Esteja sempre de corpo e alma e a faça lembrar disso. Faça perguntas e a mime com surpresinhas. Mulheres gostam disso. Ela gosta disso. Não, eu não me refiro a gastar dinheiro com coisas caras, isso ela não curte, me refiro aos detalhes que fazem a diferença. Levante antes dela e a presenteie com um café na cama. Seja gentil e atencioso. Ah, pega leve com as flores, ela é alérgica, mas ela gosta e muito.

       Sei que é estranho eu te dizer estas coisas, mas é que não quero que ninguém a magoe. E se por um acaso isso acontecer, saiba que haverá milhões de caras caindo aos pés dela, caras como eu e você. E sei isso acontecer meu caro, não me leve a mal, mas eu não vou desperdiçar a chance de voltar com ela. Mulheres como ela não se encontram mais por ai. Não com esta sinceridade e esse amor pela vida. Muito menos com esse sorriso faceiro. Mulheres como ela não se encontram mais.



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Gente

Gente. Gente que corre. Gente que tropeça e ainda assim continua a correr. Gente que cai. Gente que faz derrubar. Gente que estende a mão à quem está no chão.
Gente que sofre e que mantêm o sorriso no rosto. Gente que machuca para não se machucar. Gente que se deixa machucar para não ferir. Gente. Gente que chora, ri e ama. Gente que mente. Gente que sonha. Gente que não sabe o que é ser gente. Gente que só queria ser gente. Gente que pressupõe que há outros tipos de gente. Gente que sonha com um mundo melhor.
Gente que só fala de gente. Gente que não fala de nada. Gente que fala de tudo. Gente que rouba, mata e come. Gente que luta pela paz mundial. Gente que vive armada. Gente que foge das armas.
Gente que estuda e foge dos estudos. Gente que gostaria de estudar e não obteve oportunidades.
Gente que acha desculpa para tudo. Gente que faz acontecer. Gente que só sabe dar pitacos.
Gente que aprende com erros. Gente que não sabe ser gente. Gente que acorda cedo. Gente que dorme tarde. Gente que não dorme. Gente que vive para dormir. Gente que destrói sonhos. Gente. Gente que dança. Gente que brinca. Gente que vive a admirar o outro. Gente que inspira. Gente que só transpira. Gente que dá valor. Gente que não valoriza. Gente que vive a esperar. Gente que nunca espera. Gente que não admite o aprendizado. Gente que tem medo de enfrentar seus sonhos. Gente que semeia o amor. Gente que nunca amou. Gente que ama a todo tempo. Gente que ama vários ao mesmo tempo. Gente que ama tudo o que todos amam. Gente de mente vazia. Gente inteligente. Gente. 




sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A voz mais doce que eu ouvi

Notas de quem vos escreve. Antes de começar a ler este post, favor clicar aqui para acompanhar com a música. Ela é mágica, acreditem. Boa leitura! (:



A última coisa que eu desejaria neste mundo era desabar sobre você, e foi exatamente isso o que aconteceu. Desculpa. Mas foi mais forte do que eu. Desabei perante quem eu mais admirava e idolatrava como ser celestial. Um anjo? Sim, nos meus sonhos é você o anjo que me ilumina e fortalece. É você quem me faz seguir sem olhar para trás.

Abaixo de um céu estrelado e brilhante, logo abaixo das estrelas, ali, onde eu conseguia ser quem eu era. Onde eu não possuía medos ou incertezas. Ali aonde eu me sentia em casa. Eu desabei. Desabei com você me olhando nos olhos e me pedindo para não mais chorar. Desabei por sentir que não conseguia mais seguir em frente. Desabei por sentir vergonha e medo. Medo de perdê-lo, medo de decepcioná-lo. Medo de ser eu, quando eu na verdade queria ser um nada. 

Eu queria gritar, sumir, desistir. Eu queria sentir tudo, menos o seu olhar perante a mim. Daquele jeito que me desconcerta e concerta todas as vezes que eu tento sair de linha. Daquele jeito que me abala e me faz perder o ar. Daquele jeito tão seu, tão seu que agora é meu. 

Mas agora, depois de tudo. Eu preciso te dizer. Dizer que te amo, que amo mais até do que eu imaginaria te amar. Não apenas amo por estar comigo, amo por completo. Pela pessoa que você se tornou. Pelo amor que és. Foi ali, desistindo de tudo, e odiando meio universo que eu ouvi a voz mais suave e sincera que poderia pairar sobre a terra. A sua voz.

A ouvi recitar a frase mais linda, a declamar o amor mais sincero. O amor que não te abandona, o amor que te fortalece. Foi quando eu perdi, pela enésima vez, o chão e a decência e ali perdendo tudo o que eu possuía, novamente eu te encontrei. Te encontrei e voltei à mim. Te encontrei e resolvi lutar por nós. Mais uma vez, e pela primeira vez havia um motivo palpável pra seguir adiante. Havia você.


domingo, 1 de setembro de 2013

Certeza de um amanhã

Sempre soube que você nunca gostou do caos, mas gostava do caos que eu fazia na sua vida. Nem adianta fingir, que isso todo mundo sabe. Mas agora eu fico aqui me perguntando o que fiz pra tudo chegar aonde chegou. Digo, você aí, com este carinha novo, todo trabalhado no social e bons modos. E eu aqui. O menino problema, o garoto da causa. O garoto que ainda espera pela sua volta.

Antigamente você tinha bom gosto, ouvia Beatles, Led e até aqueles carinhas maneiros, os tais Mamonas. Mas agora não entendo. Sua vida está toda programada, me disseram que até uma agenda nova você têm. Faz ligações diárias, evita o contato face to face. Dorme cedo, acorda cedo. Cuida diariamente da pele e cabelo.

Confesso que ri quando me contaram, falei que seria impossível. Não você. Poderia ser uma outra qualquer, mas você não. Você tinha conteúdo. Lia diariamente sobre as estrelas e a vida lá fora. Tinha diversos livros sobre teorias e causas espalhados pela sua sala de estar. E se quer se preocupava em organiza-los, porque aquela era a sua ordem. Você falava sobre coisas do céu, da terra e do ar. E de quebra, possuia um amor inigualável pela anatomia humana.

Agora, este alguém que passa por mim e se quer sorri, este alguém eu não conheço. Também nem faria questão de conhecer. Se passasse por mim numa outra ocasião qualquer, eu faria questão de me afastar. Você procurou regras para a sua vida, enquanto possuia a liberdade plena sobre viver. Vez ou outra me pego pensando em que talvez eu tivesse sido a maior causa para esta sua causa. Ou talvez, você só procurou aquilo que sempre quis. O conforto e a certeza de um amanhã.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Acc nº 672

  É verão e no termômetro deve marcar uns míseros 40º , e pra variar não se vê uma janela aberta. Provável que você possuí um ar-condicionado de última geração, e por isso pouco se preocupa com o calor. Muito ao contrário de mim, que estava até pouco, toda esparramada pela varanda do meu apartamento.

  Digamos que você é um pouco estranho, fora nunca abrir as janelas, vive recebendo encomendas gigantes e eu o máximo que recebo dos correios são os meus pequenos livros.

  Garanto que o fator mais engraçado é de eu só ter descoberto que quem vive aí é um ser humano de verdade quando pela primeira vez eu vi seu rosto. E você era jovem. O que de fato me deu um baita susto. Você deve no máximo ser dois anos mais velho do que eu, e vive trancafiado neste apartamento.

   As más línguas chegam a dizer que você é louco, outras dizem que é um dependente químico e que seus pais o mantêm preso. Eu discordo de ambos. Tirando o fato de que você foi atender o carteiro de pantufas, você me pareceu ser uma pessoa bem lúcida. 

  Segundo o síndico você mora aí por cinco anos, é mais tempo do que eu e que muitas pessoas neste prédio. Na verdade eu nem sei porque estou conversando com um alguém que se quer abre a janela pra me responder. Na verdade mesmo, não sei nem porque faço isso há um ano. Talvez não devesse mais voltar aqui na minha varada que dá de encontro com a sua. Talvez deveria era procurar um psicólogo, até porque falar com alguém que não dá a mínima pra mim é a coisa mais imbecil de toda esta história. 

   - Foi quando me levantei pra ir embora que o pai de vocês decidiu por fim abrir a porta e me chamar pra sair. Agora se me permitem, irei guardar esta carta antes que ele chegue em casa. 



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Mais uma dose por favor!


- Amigo! Aqui, mais uma dose! - pedi ao garçom. - Ah, e eu o chamo de amigo, porque ele realmente é meu amigo. Venho aqui com média de quatro vezes por semana. Já faço parte da casa.

- Mas então, como eu estava te dizendo. Dia destes eu até pensei que finalmente tinha encontrado o amor. Num outro barzinho qualquer, com uma música bem agradável e várias pessoas bonitas. Ela era legal, pena que era meio masoquista. É. Não que eu não goste, mas sabe como é, ela luta Judô e quebrou dois dedos meus na ultima vez que fomos nos despedir. Assim fica meio difícil, sabe como é. Mas até aí tudo bem, tudo ia normal. Fomos até o hospital, ela me pediu desculpas, mas eu achei melhor a gente se afastar. Vai que ela decidi fazer isso na cama. Aí, eu morro!

Antes, no caso, dela, eu nunca entendia porque não dava certo. Eu pagava as bebidas, levava até em casa. E vez ou outra, até ligava no dia seguinte,  na semana seguinte, sempre me fazia presente. Acho que o problema está com elas. Ou eu deveria virar gay. Seria mais fácil entender alguém do mesmo sexo que eu. Pena que eu realmente gosto muito da fruta. Senão, até pensaria no caso. 

Ou quem sabe, se o amor fosse mais fácil e traduzível eu até conseguiria. Sabe, que nem receita de bolo de vó. Três xícaras de chá de boa gentileza, uma boa pitada de carinho e uma dose de amor. Vai dizer que não seria mais fácil?

- É engraçado ouvir isso de você. Digo, um homem com tanta sorte na vida nunca encontrou um verdadeiro amor. - Ela disse pra mim, enquanto eu virava mais uma dose.

- É, mas o bom é que eu nunca perdi as esperanças. Ele deve estar por aí, uma hora ou outra eu me esbarro com ela. - Ela ainda me olhava atentamente, como desde a primeira palavra que eu disse.

- Ainda é engraçado. O senhor já beirando os seus setenta anos, e ainda pensando assim. É raro. - Ela corou - Desculpa, eu não quis tocar na sua idade. É só que, é estranho, diferente. O pessoal mais jovem não pensa assim e o senhor... 

- Tudo bem minha querida, mas sabe, - eu a interrompi, e dei outro gole - o amor ele não têm idade, ele apenas precisa ser verdadeiro e acontecer. Já ouvi muito disso, me enfiei em várias discussões também, mas ainda, ninguém me convenceu de que o amor possui uma idade concreta para acontecer. -  me virei e pedi mais uma dose





Então, se vocês gostaram do texto ou não, deixem no comentários aqui abaixo. Sua crítica é muito importante para o funcionamento deste blog. (:


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

que seja com você;

- Talvez a gente caia, brigue, afunde novamente o Titanic ou outro parecido, quem sabe. Talvez a gente não faça nada disso. Talvez ao sairmos daqui eu seja atropelado, ou você seja, mas o importante é ficarmos juntos. Ok? Quem sabe também, na pior das possibilidades eu encontre outra mulher perfeita para a minha vida, tipo a minha avó que eu não conheci. Quem sabe a gente não consiga viajar neste final de ano, ou quem sabe ainda a gente consiga. Quem sabe ao cruzar o fim da igreja você olhe para mim e diga que eu não sou o homem perfeito para você. Talvez a nossa casa não fique pronta, os filhos nasçam antes, a cortina não combine com o sofá, o cachorro solte pulgas por onde quer que passe. Talvez não tenhamos cachorros, mas sim gatos. Talvez tenhamos um curral na nossa sala de jantar, mas quem sabe o coitado do curral seja apenas um quadro. Talvez o quadro caia em cima da nossa mesa de jantar, que talvez, sem querer, atinja um dos nossos convidados de honra, de hoje, por exemplo. Talvez a gente nem faça uma sala de jantar. Talvez o nosso carro alugado diga que outro casal pagou mais caro, e assim ele nos roubam o mesmo e a gente fica apé em nossa linda e maravilhosa lua de mel. Talvez também o seu vestido rasgue assim que você diga "aceito" e todos aqui nesta igreja ficam conhecendo a sua lingerie antes de mim. Talvez eu fique puto e também rasgue a minha calça só pra você sentir o mesmo sentimento que eu irei sentir, caso isso aconteça, claro. Talvez ainda nós nos afogamos com os arroz na saída, e na hora de eu te desafogar eu te dê um golpe e tu fica desacordada e o teu pai olhe pra mim querendo me matar, e todos ficam preocupados e na verdade tu só tá fazendo cena pra ficar mais tempo no nosso casamento. Talvez nada disso aconteça e seja só invenção da minha cabeça, mas o que eu realmente quero te dizer é que; se for pra tudo dar errado, quero que seja com você apenas com você.





Este texto é um oferecimento do Imagine, que é escrito por mim. Avá?!. Mas então, ele foi inspirado na música - se for pra tudo dar errado da banda Tópaz. É isso aí, espero que curtam e deixem aqui embaixo se vocês gostaram ou não do texto. Obrigada!

sábado, 3 de agosto de 2013

A teimosia de um amor

Ele anda por aí com a cabeça erguida e nunca olha para trás. E como se não bastasse se faz de forte e insensível, e se quer fala sobre o que aconteceu no passado. Ela por sua vez, finge que a vida é bela e que tudo o que aconteceu até agora, aconteceu por algum motivo. Mas ainda assim, foi melhor o que aconteceu -ou em outras palavras, o que deixou de acontecer.

Os caminhos não mais se cruzam, os amores não mais são os mesmos. Os sonhos? Bom, estes já não existem mais. Não foi a vida, não foi o tempo, não foi a falta do mesmo. Foram eles. Eles quiseram assim, eles procuraram e deixaram que as coisas ficassem desse jeito.

A música não mais toca, o suspiro não mais se faz presente e a falta de ar não mais os atrapalha. Eles cresceram. E não foi só o crescer, mas sim o perder. Perderam o que de mais bonito existia dentro deles, o amor. Ele busca sucesso, lê constantemente vários livros, vai em diversas conferências e vive pulando de país em país. Ela, virou totalmente o seu oposto. Apenas buscou alguém que lhe trouxesse calma, que entendesse os seus constantes surtos e, que ainda no final de cada dia ainda lhe murmurasse um - eu te amo.

Negar o passado, fingir que tudo  não passou de uma simples historia de amor. Esse era o lema de vida dos dois, negar tudo, mesmo que os fatos dissessem o contrário. Mas até quando dois corações suportam a dor e a distancia por culpa de um orgulho bobo e medo? Seria mais fácil esquecer e aceitar, ou continuar nesta luta constante em negar tudo aquilo que foi registrado e cravado em suas memorias?

Provável que eles nunca saibam. Provável que ninguém mais saiba. A história está cada vez mais distante de se tornar perfeita e real. Por culpa dele? Talvez. Ele foi um tanto orgulhoso, mas sempre deixou bem claro, que se não fosse por ela jamais ele voltaria a lutar por um amor.


"hay cosas dentro de mí

Que puedo esconder

Y nadie mas ver"













quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Um alguém

Faz frio e a chuva está cada vez mais forte, não sei onde errei ou em qual esquina deixei o nosso amor. Realmente não sei. Eu queria encontrar uma solução, alguma resposta para esta equação errônea na qual continuo a insistir.

Você se quer lembra de mim, mas faz questão de mostrar ao mundo que eu nunca realmente fui. Você continua com esta sisma de esfregar na cara de todos que nada passou de uma fictícia história de amor. Mas eu, eu não consigo mais. É forçar demais para mim.

O orgulho. Por diversas vezes você me disse o que estava errado, por diversas vezes eu ignorei os seus suspiros e lamentos. Mas eu juro. Juro que você sempre foi a primeira mulher a vir em  mente quando me perguntavam -naquelas entrevistas toscas- se existia um alguém em minha vida. Sempre existiu. Sempre foi você.

Nos despedimos da melhor forma possível. Te encontrei num Pub qualquer, em uma cidade qualquer e te convidei a mostrar para o mundo que seguíamos ali. Eramos dois imbecis apaixonados mas com medo de seguir e viver um amor.

Agora, eu estou aqui, em frente a sua casa com o seu maldito convite de casamento em mãos e, não sei ao certo o que fazer. Rodei por vários quilômetros e o desgraçado do meu inconsciente me trouxe até aqui. Eu só queria saber o porquê de tudo isso. O porquê de nunca ficarmos juntos, mesmo quando o mundo conspirava ao nosso favor. O porquê do adeus, quando prometemos começar do zero.

Eu só queria ser um alguém na sua vida. Um alguém com o qual você pudesse estar agora. Um alguém que te fizesse feliz.




terça-feira, 30 de julho de 2013

Ela disse adeus

Ela disse adeus. Disse porque estava cansada, cansada de ver que nada muda, ou melhor, que tudo muda mas sem que assim ela queira. Disse também, porque era mais fácil dizer do que bater portas e gritar aos quatro ventos tudo o que queria. Disse porque nada mais ali valia a pena.

Mas ela não disse só adeus, ela fez antes disso, todo aquele teatro ensaiado digno de uma platéia e bons júris. Não gritou tudo aos quatro ventos, mas gritou a todo pulmão que não mais voltaria. E antes de cruzar a linha de saída deixou algumas lágrimas caírem. Deixou, porque já estava cansada de segurá-las e ser forte.

Força. Era o que ela mais se cobrava ali, e era o que talvez ela mais sentiria falta. Não de um amor, ou de uma dor, mas sim da força que ela fazia por sempre querer juntar e remendar tudo o que estava em pedaços. Mas agora, diferente de antes, ela iria embora.

Antes ainda de fazer seu teatro e gritar para todos ouvirem, ela se deu ao luxo uma última olhada ao espelho, encarou o seu batom vermelho e criou coragem. Coragem feito de beleza. Coragem com unhas vermelhas. Era hora de partir. Então decidida, ela se virou e disse; Adeus.

Não um adeus comum, daqueles que meia hora depois de muito choro a faria mudar de ideia, nada disso. Um adeus para não mais voltar, um adeus que marque a ferro e sangue tudo o que eles viveram até ali. Um adeus para a sua velha e boa companhia, porque agora decidida, ela seria outra mulher. Uma mulher mais forte e corajosa. Uma mulher com seus batons e unhas vermelhas.


obs: texto baseado na música "ela disse adeus" dos grandes Paralamas do Sucesso. 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Caixinha de Surpresas

OBS; Esta música é pra ouvir com o texto, porque sim. 


A vida é como uma caixinha de surpresas por mais que saibamos como ela é, não sabemos qual surpresa ela nos dará. Fazemos escolhas, acrescentamos conhecimento, levantamos e caímos. Fazemos de tudo. E ainda sim, não fazemos nada e, achamos tudo uma perda de tempo. E essa perda pode ser o nosso maior acréscimo.

Ah, a vida. A vida é estar por aí sorrindo feito criança, brincando feito criança, fazendo drama feito criança. É ser criança. Ser criança e estar atento aos erros e acertos. Cair e levantar, e ainda assim assistir uma linda e bela reprise de todas as quedas. É chorar copiosamente por tudo estar errado e mesmo assim achar graça dos próprios soluços. É ter ou não ter esperanças na próxima rodada do jogo, mas ainda sim continuar jogando.

Infelizmente as coisas não são sempre como nos seriados de Tv, onde o personagem principal sempre se dá bem. Há sempre estes picos de altos e baixos, que vão do extremo e te levam ao extremo. E também, qual seria a graça de tudo sempre dar certo? Ah, ok. As vezes as coisas poderiam ser mais simples e fáceis, é poderiam sim. Mas e depois? Depois de passar aquela euforia sobre tudo estar bem, sobre tudo andar muito bem. Qual seria a graça de continuar tentando e sempre dando o melhor de si quando você já sabe o resultado?

Pegar a rota errada, se perder e mesmo perdido se encontrar. É meio louco, mas se pararmos pra pensar todas as vezes que nos metemos em alguma furada no final tiramos alguma boa lição. E essa caixinha de surpresa sem limites é a vida. Seguir em frente e ter um motivo para assim seguir. Acreditar, desistir, sonhar.

Dar sempre o melhor de si, não significa que você estará sempre no topo, significa que você está apto para sempre seguir adiante. É como dizem, perder não é o fim do jogo, mas desistir sim. Desistir é assumir que você não se preparou o suficiente, e perder é mostrar que faltou pouco para você chegar a perfeição. Aí é onde você deve procurar dentro de si uma motivação ainda maior, porque você está apto para sonhar ainda mais alto, e assim alcançar as estrelas. Porque é lá onde os seus sonhos se tornam realidade. 


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Além dos erros

Eu não sei como chegamos aqui, ou como não chegamos ou se chegamos esquecemos de parar em algum lugar. Eu me esforcei, te entendo e me entendo também. Éramos parecidos demais, unidos demais, amor demais. Mas não éramos amor.

Ainda não sei que direção seguir agora, agora que sei que com você não haverá direção alguma. Sei que é melancólico e triste pensar assim, mas se eu não pensar desse jeito de que jeito eu vou pensar? Eu só lhe peço desculpas. Desculpas pelos meus gritos desafinados, pelos pratos e copos atirados. Por ter sido tão eu, quando deveria ser um nós.

Eu só não entendia como poderia dar certo algo tão incerto. Nem mesmo sei como te pedir estas desculpas, nem sei com que cara te dizer estas verdades. Pois, foi eu que te fiz entrar neste jogo, cair neste meu mundo sem ao menos perguntar se assim você queria fazer. E quando você se mostrou presente eu flertei e te fiz sair. Te fiz sair porque não me sentia mais eu. Não sentia mais que o meu mundo ainda era meu, porque ele virou tão seu.

Foi aí que eu me desprendi, mudei e me libertei. Saí sem rumo algum procurando por mim enquanto só você permanecia ali, como sempre, eu soltei você. Não foi por amor, nem por desamor. Nem sei o porquê de ter feito tudo isso, o nosso destino era certo, tínhamos um rumo por seguir.

Mas agora eu sei, sei que só mudei a direção, mudei e esqueci de te avisar que gostaria de viver só. Sem você e seus anseios, seu cheiro e jeitos. Sinto que lhe devo algo, algo que ainda não é meu e que quem sabe nunca foi. Mas sinto que devo. O espaço ainda é o mesmo, a minha alma ainda é a mesma. Só os passos que não são os mesmos, pois agora ele são sozinhos -não tristes- e solitários.


"Me despeço dessa história
E concluo: a gente segue a direção
Que o nosso próprio coração mandar,
E foi pra lá, e foi pra lá."



Baseado na música "Assinado, eu" da Tiê. 


terça-feira, 2 de julho de 2013

sobre as estrelas

Eu decidi falar sobre as estrelas, porque foi através delas que eu descobri o meu amor. Foi através delas que eu desisti de tudo. Foi através delas que eu me reergui. Hoje nem mais sei ao certo quem sou, mas ainda consigo seguir um rumo traçado por mim mesmo. E olha que não está sendo tão fácil assim.

Hoje, diferente dos outros dias eu não tenho muito o que lhe contar. Quem sabe uma canção. Quem sabe eu apenas peça uma xícara de café. Quem sabe eu não lhe fale nada. Mas quem sabe depois podemos voltar à nossa conversa e fingir que  nada é nada. Ou ainda se preferir, comentar sobre tudo o que nos atrapalha e sobre tudo que nos atrapalhou.

Agora ao invés de dizer tudo tão enrolado e sem nexo, eu poderia simplesmente dizer que você faz falta. Mas seria tão Piegas que eu ficaria com vergonha de tamanha façanha. Por isso ainda não disse nada. Por isso ainda nem comecei a dizer o que estou pensando. Mas espero que um dia você saiba. Só não fique triste caso eu não contar.

E voltando as estrelas, e a sua eterna cumplicidade em minha vida eu gostaria de ressaltar alguns pontos. É lá onde os sonhos se tornam realidade. É lá onde tudo acontece e ninguém sabe. É lá que eu quero estar. Enquanto eu estiver mirando na lua eu sempre estarei acertando uma estrela, e enquanto eu estiver acertando as estrelas eu saberei exatamente aonde eu quero chegar/estar.

E agora falando sobre você, tenho que falar sobre o seu abraço. Seus braços. Estes braços que agora se tornaram tão meus quantos seus. Seu braços e abraços que já não consigo ficar sem. Seus abraços que começaram a fazer sentido e a fazerem falta depois daquele céu estrelado. Lembra o que eu lhe falei? São as estrelas. Elas que fazem toda esta magia, elas que fazem toda esta diferença. E agora? Agora eu fico aqui, lembrando e pensando nos seus braços que agora são os meus abraços.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Garotas

Nós garotas somos um tanto quanto estranhas de se entender. "Ah, não Flávia, apenas você é." Não. Não vamos ser hipócritas a este ponto. Ainda que tenhamos que camuflar as vezes nem nós nos entendemos, imaginem vocês homens com um apuramento completamente diferente do nosso -claro que isso não se aplica aos nossos amigos gays, porque eles vêem o que há de errado até com o cravo do cravo do seu cravo que está escondido sobre o seu piercing no nariz-. Mas a questão não são eles, somos nós.

As mulheres sempre buscaram evoluções e aparições, sejam elas em meio à guerras ou em uma revista de renome masculino. As mulheres querem atenção, isto é fato. Mas em meio à toda esta atenção nós também precisamos e procuramos pelo silêncio, pelo NOSSO silêncio. Sem escândalos, gritarias, conversas afiadas. Nada isso. 

Além de querermos -ainda- quebrar estes tabus, nós também queremos sossego e paz. Queremos andar por aí  sem ouvir cantadas de pedreiros mal acostumados, queremos nos divertir sem ter que pensar no que é correto nesta sociedade. Nós somos capazes de tudo o que vocês -homens- fazem. Já chegamos a presidência, trabalhamos em fábricas, trabalhamos como motoristas, entre tantos outros cargos que diziam ser "designado" à vocês. Fomos capazes de lutarmos por nossos próprios direitos, assim trabalhando em prol de nossa própria revolução. Somos mulheres. Somos o que realmente faz a humanidade seguir em frente. Ou você já viu um homem dando à luz a uma criança? Bom, eu ainda nunca vi. Mas confesso que seria algo bem interessante.

Eu não estou querendo ser feminista nem nada do gênero, mas você homem cuide melhor da sua mulher. Saiba como tratá-la. Quebrem estes malditos tabus e esteriótipos. Eu tenho certeza que em quatro paredes vocês não pensam em quem é ou não o alfa da relação. Então porque raios vocês ainda insistem em tentarem nos fazer submissas à vocês? Olha, não é por nada. Mas nós conseguimos viver sim - e muito bem- sem um homem do nosso lado, ou um cérebro machista que acha que é dele todo e qualquer dever superior.

E claro, não podendo deixar passar em branco, um aviso às mulheres. Apesar de todos os pesares, presem a imagem que vocês possuem, vocês são livres mas não são brinquedos. Vocês não são recicláveis. Saibam dizer não e seguir em frente. Amem acima de tudo, vocês. Valorizem-se. 



Ah, não se esqueçam que nós -mulheres- também somos capazes de cometer delitos, esconder os corpos e ninguém se quer desconfiar. Sabe como é, somos apegadas aos detalhes. ;)


terça-feira, 28 de maio de 2013

Em meio a rodovia

Já é tarde. Ou se olharmos com outros olhos já é cedo. Muito cedo. Eu decidi que iria sair por aí, sair pra poder esquecer. Sair pra pôr as coisas nos seus devidos lugares. Eu cansei. Diversas vezes eu lhe falei que um dia cansaria, e cansei.

Não estou mais andando na contramão, na verdade até consigo seguir um fluxo tranquilo e constante. Alguns carros entram fora de percurso e quase me acertam, mas é quase. Não se preocupe. As vezes eu até tento tirar as mãos do guidom e seguir o fluxo sabe? Me sentir livre. Algo que eu nunca consegui ser. Mas agora é diferente. Eu me sinto livre. Não há opiniões contrárias, não há desejos. Não há ninguém me impedindo.

Nessas horas eu acho bom ser mulher. Quando acontece alguma coisa e eu não consigo resolver sozinha, sempre tem alguém pra me ajudar. É. Como você disse. Eu iria aprender a não depender dos outros. Uma pena que demorou tanto. Uma pena que eu tenha precisado perder você.

Sei que você não vai acreditar, na verdade ninguém vai. Mas eu já atravessei um Estado! Algumas pessoas me tachavam como louca e desgovernada. Nunca liguei. Nunca me importei com o que os outros pensavam de mim, não seria agora que eu faria diferente.


Está chovendo. Esse é o problema. Com chuva fica ainda mais difícil. Em dias de chuva, todos esquecem que pedestre é gente. Ficam se atravessando e atravessando a frente de quem deseja seguir em frente. Um absurdo! Já vi muitas coisas caminho à fora. E muitas vezes fingi que não vi, não queria me envolver. Fico parada por no máximo um dia, depois já sigo em frente.

Seguir em frente. É isso que eu estou fazendo. Estou enchendo a minha bagagem de coisas novas. Fotografias. Livros. Paisagens. Cultura. Tudo novo, de novo. O novo não me cansa. E em meio a rodovia eu sempre encontro alguma coisa. Isso eu não troco por nada, não agora, não de novo. Em meio a rodovia eu sou uma outra pessoa qualquer. Com novos sonhos. Com novos ares.


sábado, 18 de maio de 2013

O tempo do mundo

Sabe, hoje eu senti uma saudade imensa de você. Talvez pela distancia, talvez pelo tempo. Tempo. O que é realmente o tempo? Sei que o tempo é uma coisa totalmente relativa à cada pessoa. Por exemplo: o meu tempo é diferente do seu. Pelo meu tempo nós já teríamos nos encontrado por diversas e diversas vezes. Sei que pelo seu tempo também. Só que além do nosso tempo e do tempo alheio, há ainda o tempo do mundo. E esse, esse minha cara, é o que realmente tá "pegando". O tempo do mundo.

Esse tempo que não passa, que não faz a distância ficar mais próxima. Que não lhe traz você à mim. Esse tempo que viaja por diversos lugares mas insiste em não cruzar o seu caminho com o meu. Ah, o tempo. Eu estava ouvindo Nando Reis, lembra? O Nando? Você é a cara dele, não fisicamente mas sim filosoficamente falando. As músicas, os pensamentos. O allstar.

Queria te convidar para jogar video-game agora, como velhos amigos -infantis- fazem. Somos infantis. Possuímos algo que poucas pessoas possuem, a inocência. Ou como bons adolescentes poderíamos beber alguma coisa e rir do que acontece com a nossa vida. Poderíamos escrever um livro. Você com as suas histórias e eu com os meus rolos desafinados.

Sabe qual o problema? Eu tenho medo. Medo de olhar para trás e dizer "fomos amigos". Quando o que eu sempre quero dizer é, nunca deixamos de ser. Espero que sejamos os mesmos sempre. Ok. Talvez pode até acontecer algumas mudanças porque eu sei que você não gosta de mesmices e monomanias. Você gosta de se arriscar mais e de viver mais. E eu te admiro muito por isso.

Bom, eu só passei pra dizer que sinto a sua falta. Que te pagaria um café qualquer dia destes, ou um achocolatado qualquer. Quem sabe até um sonho, que no caso, eu não compraria, mas dividiria com você. Porque sonhos não se compram. Assim como não se compra você.

Ah, e ao tempo. Que ele nos faça cruzar o mesmo caminho.

domingo, 12 de maio de 2013

Me perdoa amor


 Já é verão, a sua estação quase preferida do ano. Já se passaram oito meses amor. Oito meses. E eu preciso do seu sorriso, preciso de você. Preciso de você aqui do meu lado, gritando comigo me ligando desesperada pra eu passar no mercado porque está faltando alguma coisa absurda para a sua receita ficar pronta. Oito meses amor.Era pra ser a noite mais feliz da sua vida. Eu procurei fazer tudo como manda a tradição. Eu só demorei demais...

- Você está tão perfeita! – Eu te analisava a todo instante, só queria descobrir como seria quando você visse tudo o que eu preparei pra você, pra gente. Seu sorriso. Seu sorriso estava mais perfeito, tinha um brilho especial nele e, eu, eu estava feito uma criança que quer logo contar o seu segredo. Tudo precisava ser perfeito. Era a sua noite.

Você parecia assustada com a situação, estávamos num dos lugares mais caros de São Paulo. O nosso lugar. Depois de alguns minutos lhe contemplando feito um idiota eu finalmente tirei aquela caixinha do meu paletó. Você parecia não acreditar, e nem sabia o que tinha por vir. Na verdade nem eu.
Para muitos ainda era cedo, estávamos juntos apenas há dois anos, mas era a nossa vez. E depois de brincar com a caixinha eu finalmente lhe entreguei. – Lembra daquele sofá que quebramos naquele apartamento? Aquele lá que você caiu sem querer e eu cai por cima de você – Victor, por favor! – Então, eu comprei ele. O apartamento, não o sofá... Eu sei que demorei, mas comprei e agora ele é nosso.
Você mal conseguia abrir a caixinha de tão nervosa que estava, e já estava aos mil prantos. Chorava feito bebê e todos nos olhavam. Nunca me vi tão feliz.

- pausa –

Eu não consigo mais entrar naquele apartamento. Me desculpa. Era pra ser o nosso cantinho de refúgio, o nosso lugarzinho especial. O nosso ninho de amor.
Agora eu estou aqui, de pé em frente à porta segurando a sua chave. Você nem colocou um daqueles seus chaveiros berrantes. Eu trouxe o buddy comigo.

- pausa-

O silencio aqui se faz assustador. Está tudo intacto como eu deixei antes de ir buscá-la para jantarmos. As flores continuam no chão, o champanhe ainda está sobre a mesinha. O nosso futuro ainda está envolto de um laço vermelho.
Eu comprei uma vitrola, só pra ser romântico. Mandei até fazer um vinil especial para tocar a nossa música. Tudo está intacto aqui, menos o meu coração.

- Mas que merda! Eu iria te pedir em casamento Clara, era a NOSSA noite! Maldito! Eu iria te fazer minha mulher pra sempre!

Desculpa não conter as lágrimas, eu não consigo mais parecer forte. Ouvi diversos tipos de conselhos, me mandaram até seguir em frente. Eu os mandei pro inferno. Será que ninguém entende? Eu queria era você.
Desculpa demorar tanto amor, desculpa deixar tanto tempo da nossa vida passar. Desculpa por na maioria das vezes estar distante. Desculpa. Eu só queria que fosse tudo perfeito.
Esbarro-me na mesinha e a vitrola começa a tocar a nossa música e é inevitável eu não cantar junto, era a nossa tradição e agora só estou eu aqui...

- antes de mí tu no eras tu, antes de tí yo no era yo. Antes de ser nosotros dos, no habia niguno de los dos... antes de irme yo debo decir, yo tambíen pensaba que era felíz antes de ti. No entiendo como podía vivir antes ♪

 Então eu finalmente desabo, desabo como há tanto tempo não fazia. Eu perdi o meu mundo e nada do que eu faça ou fale irá trazê-lo para mim. Eu te perdi amor. E eu nem posso ir à sua casa e pedir desculpas de joelhos, dizendo que eu sou um babaca e dizer tudo o que eu sinto por você. Porque, droga! Você não está mais lá!

- Me perdoa amor. Perdoa-me por ser distante. Perdoa-me por demorar tanto para lhe pedir em casamento, me perdoa por tudo! Perdoa-me por todas as vezes que eu não consegui vir.
ME PERDOA AMOR!

- pausa-

- Victor? Victor é você?
Sua mãe entra desgovernada e me abraça. Ela está tão desnorteada quando eu. Ela mudou muito amor, ela não consegue mais seguir em frente. Eu não consigo mais. Mas eu preciso. Eu me mudei para a casa dos seus pais, tenho ajudado a sua mãe. Mas não está sendo fácil. Esse vazio é maior do que tudo.

- me perdoa! – em meio aos prantos

- Victor, não foi sua culpa. Não se culpe por isso, não por isso Victor! O erro não foi seu.

- Eu poderia ter feito tudo diferente, eu poderia ter ido por outro lugar. Eu só quis que fosse perfeito, fazer a noite ser perfeita e olha onde estamos! Que droga!

- Victor, você não tem culpa! Foi um acidente!

- Eu só, só queria mais um minuto com ela sabe? Dizer tudo o que eu nunca disse antes, ou que eu disse mais queria dar uma ênfase maior, mostrar o quando eu a amo. Que estava tudo pronto, que ela seria a mulher da minha vida, que iríamos nos casar. Que eu comprei flores, as alianças que ela tanto quis. Eu rodei São Paulo inteira pra fazer tudo perfeito!

- você a fez muito feliz, acredite!

- Mas ela não pode voltar, ela não vai voltar e me xingar por ter demorado demais ou por ter deixado algo passar. Ela não vai voltar reclamando como sempre. Sempre que eu passo por aqui eu espero vê-la pela janela, sabe? Me esperando pra escolher o apartamento, como a gente fez. Ela não vai voltar Maria, ela não vai entrar por aquela porta gritando de felicidade, dizendo que está tudo lindo como ela sempre planejou e que a cortina não combina com o sofá. Ela não vai falar nada disso! Ela não vai ver que eu fiz de tudo para era o dia mais perfeito da vida dela, e olha, olha aonde em que ponto chegou.
Ela só, ela só... Me perdoa amor.


música - Antes - Jorge Drexler

sábado, 27 de abril de 2013

Luz a brilhar

 Oi gente! Eu sei que faz tempo que eu não posto nenhuma música aqui e nem dou dicas de novos cantores e afins, mas esse carinha merece uma atenção maior. Venho através deste meio, falar um pouquinho sobre o talentoso do Vitor Kley. Um gaúcho muito fofo dono de uma voz doce e suave que vem conquistando cada dia mais o mundo da música.
Eu encontrei o Vitor através de um cover do Detonautas  e me encantei pela sua voz, assim comecei a procurar mais sobre ele. Foi então que eu descobri que ele começou a fazer umas parcerias com o Armandinho - que para quem não sabe eu sou muito fã ♥ -. E depois dessa grande empurrãozinho do maestro, a carreira do gato fluiu.  Lembrando que ele possui um outro trabalho que foi o seu primeiro CD lançado através de uma produção independente. E cá entre nós, a voz dele é apaixonante!
 Neste último dia 22 o gato lançou o seu mais novo trabalho o CD - Luz a Brilhar. É isso aí, este novo trabalho ficou incrível e muito gostosinho de ouvir. Dá uma passadinha lá na página dele e venha curtir esta vibe comigo! 



  Só pra descontrair um pouquinho; Vem pra perto de mim ♪         



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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Talvez não fosse perda, mas sim um aprendizado

           
Eu nunca quis partir, a verdade é essa. Por mais que isso soe estranho agora eu sempre quis ficar. Quis te abraçar e te acalentar sempre que preciso. Mas as coisas começaram a sair do controle, você saiu do controle e eu nos perdi. A minha intenção não era fugir era dar um tempo, ver o que queríamos, ver se nos queríamos. Eu não sei como chegar em você agora, sei o quanto te fiz mal nestes últimos dias. Eu só queria te pedir desculpas, coisa que eu não faço há anos! Só queria me redimir, dizer que também estou mal, dizer que você me faz falta.

Talvez eu não volte nunca mais, realmente não volte. Deixe a poeira baixar e suma de vez da sua vida, sem lhe dar qualquer explicação, sem me dar uma explicação. Mas haverá um bom motivo, eu juro. Vou sumir pra você traçar um novo rumo, procurar um novo amor, um amor que não lhe machuque e que lhe faça bem, tão bem como eu lhe fazia até nos perdermos.

Eu, eu só não vou suportar. Te ver por aí com um qualquer, um qualquer segurando a minha vida. Também não vou suportar se ele te machucar, se ele te fizer algum mal. Prefiro nem pensar nisso. Não agora. Eu preciso lhe deixar ir.

Lembra quando você dizia que eu era imaturo e infantil? Eu acho que agora eu estou entendendo o sentido, sabe os pingos nos i's estão se encaixando perfeitamente. Eu era fraco. Tinha medo. Medo de te perder, de você me deixar. E olha o que eu fiz? Eu te deixei. Soltei sua mão quando você mais precisou. Aonde eu estava com a cabeça? Soltei o meu bem mais precioso.

Me disseram que você vai bem, que já tem até um novo possível amor. Queria dizer que não estou com ciúmes, mas vou estar mentindo. Me desculpe. Como lhe disse eu sou fraco, tenho medo. E foram por eles que eu me afastei. Desculpa não ter lhe falado nada antes, desculpa nunca te falar nada.

Você não vai entender nada, vai me julgar involuntariamente e eu não vou lhe culpar. Nunca lhe culpei. O errado fui eu. Mas não se preocupe você vai melhorar, vai aprender a não cair tão facilmente, vai aprender a não chorar. Vai aprender a viver. E eu vou ficar por aqui, te observando em silêncio, como sempre fiz.


                  - Esse é um texto e resposta ao texto² do blog da pupilo Fernanda Campos -

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Apenas mais uma dose

Estava com sede de você, do seu corpo, do que você é capaz de fazer comigo. Então fui a sua procura. Perambulei por vários bares e cidades e nada de te encontrar. Aonde foi que eu te perdi? Mas eu não vou desistir. E foi aí que eu te encontrei. Num bar qualquer ali sentada, sozinha, apenas me aguardando. Fui me aproximando como quem não quer nada, coloquei os meus dedos sobre a sua boca e lhe acariciei. Não falei nada, não era preciso falar, você já sabia. Isso realmente seria o certo? Depois de tanto tempo cair novamente em tentação? Eu não sei, não consigo manter o foco. Sua pele ali, toda lisinha me convidando para mais uma dose, apenas mais uma. Eu vou enlouquecer assim. Eu já não sei o que faço. Se ainda faço algo por você, ou por mim. Você não diz nada, não faz caras e nem bocas. Me deixa apenas ali, morrendo, morrendo por ter você. Minha garganta queima suplicando o seu nome, meus lábios tremem desesperadamente. Seria errado te ter apenas mais uma vez? Depois de tantos choros, mágoas, conversas e consolos. Eu seria estritamente seu. Eu preciso manter o foco. O que eu estou fazendo? Preciso ficar longe de você, me afastar e nunca mais voltar. Até tento recuar mas os meus dedos ainda permanecem ali, a procura de seus lábios, a procura de você. Como eu sou fraco. Não faz cinco minutos que eu estou aqui e eu ainda não consegui ir embora, não consegui deixá-la ir. Eu jurei que não seria mais vulnerável. Jurei que te soltaria e deixaria seguir o seu caminho. Deixaria você correr atrás de outros corações partidos. Deixaria você partir. Mas hoje não, não hoje. Agora, só agora. Uma dose, uma única e forte dose de você.

terça-feira, 19 de março de 2013

Dessa vez não!


Não era amor, era carência. Eu percebi isso da pior forma e você talvez nem tenha percebido ainda. Fazer o quê? As coisas são mesmo assim. Por mais que eu queria que fosse amor, não era. Não da sua parte. Era só chamego, carinho, atenção, companheirismo, amizade. Era tudo! Menos o maldito amor. Deveria te culpar. Alias, porque mesmo que eu não estou te culpando? Você com o seu sorriso, charme e carinho me conquistou e depois me abandonou, me abandonou da pior forma. Me abandonou de uma forma calada, sem sentido e com muito sentido. Me abandonou como se nunca tivesse existido um eu e um você, ou um nós. Me abandonou como uma criança que cansa de brincar e deixa o brinquedo torto de lado, porque com ele já não dá mais pra brincar ou porque com ele é mais difícil de se brincar. Agora também tanto faz. Tanto fez. Você já fez. Só não tente mais voltar, porque eu não vou estar. Não dessa vez. Não por mais uma vez. 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Você e Eu

As coisas andam meio complicadas por este lado, na verdade andam até saindo dos trilhos. Céus, que bagunça! Eu, assim como muitas outras pessoas observamos o quão distante eu estou, e digamos que até um pouco perdido. Eu não sei mais o que faço. 
Antes era tudo mais simples, mais fácil, entende? Éramos eu, minha paranoia e nada mais que isso. Sinto falta disso. Sinto falta de conversar sozinho com a maré. Sinto falta de não pensar em nada, enquanto tudo se desenvolvia na minha frente. Sinto falta de ser apenas eu. O problema é que aí chegou você, e mudou tudo aquilo que eu pensava que gostava e mantinha.
Surgiu você na minha vida e sem me dar conta, sempre quando eu estava cabisbaixo eu lhe procurava, você se tornou em tão pouco tudo pra mim.
Pouco me importava se você queria me ouvir ou não, se queria me ver ou não. Eu queria, e isso já era motivos o suficiente para você também querer. Você nunca recusou um pedido meu. Um sorriso seu.
Quando eu voltava pra casa, eu não sabia ao certo o que queria ou deixava de querer e pra falar bem a verdade eu nem queria saber. Mas aí você apareceu mais uma vez. E apareceu sorrindo feito uma babaca e eu perdi o meu chão e todo texto decorado que já tinha ensaiado mil vezes pra lhe dizer que era apenas amizade, que fora isso não era nada disso. Só que eu me perdi, me perdi em meio aos seus lábios e olhares e ainda perdido procurei te encontrar. Porque nós sabemos que depois que você apareceu só existe você e eu. 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Apenas uma carta


Oi, eu não sei mais como se escreve uma carta ou como posso começar a escrever uma. Não é nada tão difícil, afinal, só falarei de mim e de você e isso eu sei fazer muito bem. Eu só queria dizer que eu nunca te entendi, digo, eu sempre fui aquele tipo de pessoa que estava ali quando você mais precisou, mesmo quando você não queria e odiava até o fato do mundo ser mundo. Era sempre eu quem estava ali. Nos seus momentos tristes, de retardos, de fraquezas até de desejos e amor. Eu também estive ali. Estive ali de uma forma calada, uma forma quase que sem opinião, mas sempre que necessário eu tentava ajustar as coisas pro meu lado. Eu fui um bom personagem, te acolhi, te respeitei e acima de tudo te amei. É amei. Amei sim e digo isso com todas as palavras e até posso gritar para o mundo todo ouvir. Já não tenho nada mais a perder, já que eu lhe perdi. Eu lhe perdi da pior forma, da forma que mais me machuca e amarga. Te perdi por decisão sua. Por você possuir esse dedo podre para escolhas, assim te perdi. Você escolheu a direita quando era a esquerda quem cuidava de você. E, eu não era uma pessoa tão ruim assim. Eu sei que não. Ao menos não queria ser.  Não fui. Eu só queria uma única chance para estar com você, mas te fazer minha de uma unica e linda forma de amor que conhecemos. Uma única chance para daqui um mês ou dez anos eu olhar pra trás e te mostrar que sim, valeu a pena. Creio que quando esta carta estiver chegando até você eu já não estarei mais tão próximo e já não serei tão teu. Mas quero que saibas que tu foi o que de melhor eu tive e pra sempre terei.

Com amor, seu amor. 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Ops!

Calma. Vamos com calma! Eu sei, não, não estou nervosa. Só estou falando sozinha no meio de um corredor imenso. É, não devo estar nada calma. E só faz alguns minutos que eu te vi. Eu nem consigo dizer direito o que sinto, só consigo pensar em você. Ah, você. Você não faz nada, ou faz. Não sei! Ando meio confusa, alias que conversa confusa. Uma conversa com o meu próprio eu. É as coisas estão realmente confusas. Queria mostrar à você que eu existo, que estou aqui. Que sempre estive. Se ao menos eu tivesse coragem. Lembra, uma vez quando ainda éramos menores, vivíamos conversando sobre o futuro e aonde estaríamos. Nunca me imaginei sem você. Mas aconteceu. Ainda acontece. E se depender do nosso destino sempre vai acontecer. Sempre te admirei, queria estar no lugar delas. Tudo seria diferente, eu te valorizaria, te amaria, te acalentaria. Seria tua. Somente tua. Tu serias meu. Eu, eu só não consigo chegar até você. Acaba tudo sendo complicado e sem sentido, mas quando eu penso que talvez, eu fosse realmente tudo o que você procurava em um alguém tudo se resolveria e assim terminaríamos num lindo e sincero feliz para sempre. Você mal me olha nos olhos, sempre passa de cabeça baixa. Como eu vou saber de algo ou de alguém assim? Poderia me esbarrar com você, fazer tipo cena de filme, onde os livros caem e ao nos abaixarmos nossas mãos se tocam você me olha e ficamos ali perdido por mil olhares em apenas um foco. Seria mágico! Mas eu posso fazer isso, não posso? Meu Deus! Por quanto tempo eu estou aqui? Você está vindo e eu nem decidi em como eu vou chegar em você ainda, porque você foi tão rápido? E agora? O que eu faço?Calma, poderia ser como num filme. Não pode? Espera eu só... Ops!