domingo, 1 de setembro de 2013

Certeza de um amanhã

Sempre soube que você nunca gostou do caos, mas gostava do caos que eu fazia na sua vida. Nem adianta fingir, que isso todo mundo sabe. Mas agora eu fico aqui me perguntando o que fiz pra tudo chegar aonde chegou. Digo, você aí, com este carinha novo, todo trabalhado no social e bons modos. E eu aqui. O menino problema, o garoto da causa. O garoto que ainda espera pela sua volta.

Antigamente você tinha bom gosto, ouvia Beatles, Led e até aqueles carinhas maneiros, os tais Mamonas. Mas agora não entendo. Sua vida está toda programada, me disseram que até uma agenda nova você têm. Faz ligações diárias, evita o contato face to face. Dorme cedo, acorda cedo. Cuida diariamente da pele e cabelo.

Confesso que ri quando me contaram, falei que seria impossível. Não você. Poderia ser uma outra qualquer, mas você não. Você tinha conteúdo. Lia diariamente sobre as estrelas e a vida lá fora. Tinha diversos livros sobre teorias e causas espalhados pela sua sala de estar. E se quer se preocupava em organiza-los, porque aquela era a sua ordem. Você falava sobre coisas do céu, da terra e do ar. E de quebra, possuia um amor inigualável pela anatomia humana.

Agora, este alguém que passa por mim e se quer sorri, este alguém eu não conheço. Também nem faria questão de conhecer. Se passasse por mim numa outra ocasião qualquer, eu faria questão de me afastar. Você procurou regras para a sua vida, enquanto possuia a liberdade plena sobre viver. Vez ou outra me pego pensando em que talvez eu tivesse sido a maior causa para esta sua causa. Ou talvez, você só procurou aquilo que sempre quis. O conforto e a certeza de um amanhã.


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